Texto
de Ivete M. Cintra (1)
Ensina
a história que o povoado de São Bento originou-se entre
três propriedades: Santa Cruz, São Bento e Poço Doce.
"Poço
Doce é sítio antigo
São
Bento é mais antigo
Mas
São Bento pra ser santo
Na
Santa Cruz foi remido."
À época
do início da povoação os registros comprovam que residiam em Poço
Doce: Joaquim Benevides e José Venâncio Benevides. Compraram
ou herdaram? Também não sabemos.
Da
relação de bens descrita em 1822, no inventário procedido por
morte de Santos Coelho, um dos homens mais ricos da região, constam,
entre outros bens, a fazenda Poço Doce (ribeira do Una) de acordo
com o livro "Pesqueira e o Antigo Termo de Cimbres – José de
Almeida Maciel – pág. 187, e, ainda segundo Nelson Barbalho –
Cronologia Pernambucana, nº 12, pág. 196, "516 escravos, sendo
140 crioulos nascidos no Brasil, 73 de Angola, 69 do Congo, 53 de
Moçambique, 44 de Cabinda, 31 de Rebolo, 25 de Benguela e outros
mais".
Joaquim
Papai de Paiva, casado com dona Maria do Remédio Cavalcanti
(anteriormente mencionados) eram proprietários também em Poço
Doce.
A
Fazenda Velha de São Bento, pertencente ao Pe. Valença,
foi comprada na década de 20 (1820) ao Capitão
Antônio Machado Dias, estabelecido em Correntes, em 1826, e que
quando ali chegou levava 100 escravos. Será que na venda
da fazenda entrou também algum escravo?
O
testamento do Pe. José Rodrigues Valença, lavrado em 1854, registra
seis escravos doados ao filho João Ermiliano de Seixas
Valença e aos netos, filhos de sua filha Maria
da Anunciação Valença, casada que foi com José Afonso de
Macedo, ambos falecidos em 1856, vítimas de cólera-morbus.
Em
todos os inventários procedidos por falecimentos de filhos do
Capitão José Rodrigues Valença, existentes nos arquivos dos
cartórios de Garanhus e São Bento, constam escravos.
_________
Fonte: Cintra, Ivete de Morais. Gado Brabo de Senhores e Senzalas
(pág. 32). Coleção Tempo Municipal, vol. 11 . FIAM /
Centro de Estudos da História Municipal. Recife. 1988.
Nenhum comentário:
Postar um comentário