sábado, 27 de junho de 2015

São Bento do Una

O historiador Gilvan Lemos informa em seu blog que os povoadores de São Bento do Una  eram principalmente portugueses, vindos, quase todos, não diretamente de Portugal mas da Paraíba, da região do Rio do Peixe. Almeida, Soares, Morais, Oliveira, Manso, Siqueira, Cintra, muitos outros, entre os quais os Velozo, que por serem da cidade portuguesa de Braga passaram a assinar-se Braga, assim como os  Rodrigues da Cunha, oriundos de Valença, no Minho, que trocaram o sobrenome para Valença.


História

No fértil vale do Ipojuca, nasceu no final do século XIX a cidade de São Bento, originária da Fazenda Santa Cruz e considerada berço da pecuária leiteira e da avicultura na região.

O nome da cidade teve origem na invocação que os moradores faziam ao santo, para se livrarem das cobras durante a desbravação da fazenda na formação da cidade. A complementação do nome foi feita em 1941, homenageando o Rio Una e distinguindo a cidade de outras com o mesmo nome.

A Lei 476 de 30 de abril de 1860 criou a Vila de São Bento, data essa que marca a nossa emancipação política. Em 1900, com grandes festividades São Bento passou a cidade.

A 206 km da capital São Bento do Una conta com uma área de 712,9 km2, seu acesso é feito pelas BRs 232, 423 e PE 180. limitando-se ao norte e nordeste com Belo Jardim, ao sul com Lajedo, Jupi e Jucati, ao leste com Cachoeirinha e ao oeste e noroeste com Capoeiras, Sanharó e Pesqueira. A sede do município tem uma altitude aproximada de 614 metros e coordenadas geográficas de 08 Graus 31 min. 22 seg de latitude sul e 36 Graus 06 min. 40 seg de longitude oeste, A vegetação desta unidade é formada por florestas subcaducifólica e Caducifólica, próprias das áreas agrestes. O clima é do tipo tropical chuvoso, com verão seco. A estação chuvosa se inicia em janeiro/fevereiro com término em setembro, podendo se adiantar até outubro.


Fonte: Prefeitura de São Bento do Una

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O SITIO DO UNA, é muito próximo ao rio que dá o seu nome a esta propriedade, que está situada a Vila de São Bento, florescente povoado,em que ultimamente se tem edificado boas casas de pedra e cal, e apresenta uma bela perspectiva, por estar colocado em um terreno plano e inteiramente descoberto, isto é, sem arvores em suas adjacências.Este terreno é próprio de criar, e muito sujeito a secas; porém nele há abundância d'água,posto que de má qualidade, por causa de dois grandes açudes, um mandado fazer em 1842 pelos membros da FAMILIA VALENÇA,e outro em 1855 pela Assembléia Provincial. Ainda em 1830 era essa vila uma simples fazenda, pertencente a ANTONIO ALVES, homem pardo, que cultiva a poesia e a música, passando por ótimo rabequista. Dão-lhe a paternidade da seguinte quadra:

Poço doce é sitio velho,

São Bento é mais antigo;
Mas São Bento p'ra ser santo,
Na Santa Cruz foi remido.


Estes versos são alusivos à fundação da respectiva matriz, sob a invocação de S. Bom Jesus dos Pobres, a qual teve principio em 1831. Havia divergencia entre JOSÉ CLEMENTE DA ROCHA, pai do atual vigário de Papacaça, JOÃO CLEMENTE DA ROCHA, e o Capitão JOSÉ RODRIGUES VALENÇA, progenitor dos VALENÇAS, acerca do lugar em que se devia colocar aquela igreja, querendo o primeiro que fosse na propriedade Santa Cruz, e o segundo que se erigisse ela na de S. Bento que lhe pertencia, por compra feita feita ao Capitão ANTONIO MACHADO DIAS,e que pelo lado poente está muito perto dessa outra. Então apareceu por ali, pregando missões, o Padre FRANCISCO JOSÉ CORREA, bem conhecido nesta Província, por sua celebridade de pregador e pela austeridade de sua vida, que lhe granjeou foros de santidade. Este virtuosismo varão,que morreu em 1847, em sua propriedade Fazendinha, distante meia légua da povoação de Bezerros, e onde levantou uma espaçosa casa para recolhidas, fez desaparecer essa divergência , dando preferencia a Santa Cruz. Principiou ele a edificação da Igreja, que depois continuou sob a administração de JOSÉ CLEMENTE DA ROCHA, e do referido Capitão VALENÇA, concorrendo muito para os gastos desse edificio os fazendeiros FRANCISCO CORREA DA CÂMARA, pai do Dr. MARCOS CORREA DA CAMARA TAMARINDOS, Juiz Municipal de Vila Bela, e ANASTÁCIO JOSÉ RODRIGUES DOS SANTOS, pai do atual do Corrente no termo de Garanhuns, ANTONIO DOS SANTOS FALCÃO. Foi ainda o Padre Correa quem deu a imagem do Senhor Bom Jesus dos Pobres, que ele próprio fizera, e se venera nessa igreja. Como o Padre , JOSÉ RODRIGUES VALENÇA, um dos protetores desse lugar, onde de 1838 a 1848 ensinou latim, com reconhecido aproveitamento de grande número de discipulos, dos quais parte se formou, parte seguiu o estado clerical, morasse naquela época com o seu pai, o Capitão JOSÉ RODRIGUES VALENÇA, na sua propriedade de São Bento, bem antes do acabaamento da igreja celebrava o sacrificio da missa, o povo que concorria para este ato religioso,costumava dizer: vamos ouvir missa em São Bento. Desta particularidade foi que se originou o nome de São Bento ,a para tal ,povoado, desaparecendo o primitivo de Santa Cruz(...).



Fonte: Diário de Pernambuco, edições de 11 de novembro e 11 dezembro de 1862




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