O
médico sanitarista Amaury de Medeiros nasceu no Recife, no dia 7 de
dezembro de 1893, numa casa situada no bairro de Parnamirim, filho do
professor Bianor de Medeiros e de Maria Cândida Góes Loreto de
Medeiros, da família do desembargador Góes Cavalcanti.
Foi
aluno do
Ginásio Pernambucano
no
curso secundário e bacharelou-se em Medicina pela Faculdade do Rio
de Janeiro, sendo o orador da sua turma.
Em
1917, chefiou os serviços clínicos da Cruz Vermelha Brasileira e
foi professor de uma cadeira no Curso de Enfermagem da instituição.
Um ano depois foi eleito Secretário Geral da entidade e nomeado para
o cargo de diretor do seu hospital, quando então teve sob sua
responsabilidade enfrentar uma grande epidemia de gripe que assolou o
País.
Em
1919, com apenas 26 anos, foi escolhido pelo presidente Epitácio
Pessoa para representar o Brasil no Congresso da Cruz Vermelha, em
Genebra, na Suíça. Representou também o País no Congresso
Pan-Americano de Higiene, na época do governo Arthur Bernardes.
De 1922
a 1926, durante o governo de Sérgio
Loreto de
quem era genro), foi nomeado para o cargo de diretor do Departamento
de Saúde e Assistência de Pernambuco (DAS).
Sua
obra à frente do DSA revolucionou a medicina e a higiene no Estado.
Reformou o sistema de atendimento médico no Recife e no interior;
remodelou o Hospital Oswaldo Cruz e o Hospital de Doenças Nervosas e
Mentais (Hospital da Tamarineira); criou a Inspetoria e o Corpo de
Visitadores da Saúde; foi um dos pioneiros nas soluções para o
problema dos mocambos do Recife,
organizando a Fundação Casa Operária, que construiu as vilas do
Arraial, da Torre e de Afogados. Foi
um dos primeiros a tratar sobre o exame pré-nupcial e a prevenção
das doenças venéreas, criando unidades de atendimento venerológico;
criou a Inspetoria de Profilaxia da Tuberculose, anexa ao Serviço de
Saneamento Rural; combateu com medidas profiláticas a malária, a
febre amarela, a varíola e a peste bubônica, entre outras doenças.
Conseguiu, inclusive, que durante os anos de 1924 e 1925 não fosse
registrado nenhum caso de peste bubônica no Recife.
Depois
de sua gestão na saúde pública de Pernambuco, Amaury de Medeiros
foi eleito deputado federal, transferindo-se, definitivamente, para o
Rio de Janeiro, em princípios de 1927. Como parlamentar, apresentou
um projeto criando o Ministério de Saúde e Assistência.
Escreveu,
entre outros, os livros: Um
grito de alarma, Cruzada sanitária eAtos
de fé.
Antes da sua saída do Departamento de Saúde e Assistência de
Pernambuco, publicou ainda, um volume de quase 600 páginas,
intitulado Saúde
e assistência,
sobre as realizações da sua administração no órgão.
Morreu
no dia 3 de dezembro de 1928, às vésperas de completar 36 anos,
vítima de um acidente no Rio de Janeiro, quando, a bordo de um
avião, iria prestar uma homenagem a Santos Dumont, jogando flores no
convés do navioCap
Arcona, que
trazia o "Pai da Aviação" de volta ao Brasil. Um amigo
seu, o coronel Taumaturgo de Farias, tomado de um mau pressentimento,
aconselhou-o a não embarcar. O conselho foi desprezado e Amaury de
Medeiros perdeu a vida quando o avião se partiu ao meio e caiu.
Recife,
24 de julho de 2003.
(Atualizado
em 20 de agosto de 2009).
FONTES
CONSULTADAS:
OLIVEIRA,
Valdemar de. No
tempo de Amaury. [Recife]:
Cepe, 1975.
SILVA,
Jorge Fernandes da. Vidas
que não morrem. Recife:
Governo de Pernambuco, Secretaria de Educação, Departamento de
Cultura, 1982. p. 49-51.
__________
Fonte:
GASPAR, Lúci. Amaury
de Medeiros.
Fundação
Joaquim Nabuco, Recife.
Acesso
em: 25 jul 2015.
Amaury de Medeiros e a esposa, Aspásia Loreto de Medeiros (primeiro plano). Revista da Cidade, Ano 1, n.º 11. Nota: Amaury de Medeiros teve dois irmãos: Coaracy e Caramuru de Medeiros. |
terça-feira, 4 de agosto de 2015
Amaury de Medeiros
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